segunda-feira, 12 de março de 2012

A Beleza Mágica do Mundo

A beleza da mágica do mundo, isso é o que encontramos ao deparar o nosso olhar com os olhos pulsantes e encantadores de uma criança numa manhã de domingo. São olhos que superficialmente estão presos a uma dor, mas que os adentrando descobrimos os maiores enigmas dos séculos, encontramos o amor puro e simples.

Numa manhã qualquer entre nuvens e um sol escaldante os dizeres são como sílabas ao ar tomando consciência e asas. De simples letras um mundo lúdico se cria com árvores e coelhos, com uma chapeuzinho vermelho amarela e uma branca de neve azul. De um jacaré um Pafúncio, de um sorriso um pequeno anjo.
Explicar o que acontece em um apartamento no Hospital Dona Regina é tentar descrever o celeste com nossas palavras mundanas.

Cada ser absorve a sua personalidade o que é oferecido pelo meio social, como uma maré onde todos se encontram imersos, sendo conduzidos ao mesmo ritmo. Nessas circunstâncias dores não físicas se alojam na intimidade do ser, dores essas bem mais severas do que várias daquelas que atingem o corpo numa margem gritante solicitando que se percorra as delicadezas do íntimo a observar o ignorado. Essas dores sociais individuais nos fazem duvidar dos pequenos gestos dos pequenos detalhes da vida. Chegamos a certo ponto a colocar numa via oculta as possibilidades de sorriso, de se deliciar com as minúcias. O tempo torna-se tão escasso e as obrigações tão acumulativas. Mas quando já não se espera eis que numa situação inusitada, quando garotos travestidos de palhaços formando uma cena irreverente fora dos padrões conceituais permite após o susto do novo experimentar o feitiço do riso. Começa com uma coceira suave, o coração parece estar mais quente, o corpo começa a ter vontade própria a garganta domina a mente e uma explosão em forma de sorriso desencadeia uma liberação de endorfina, que percorre todas as extremidades do corpo, trazendo uma sensação de alívio. Naquele instante todos somos iguais, os problemas trocaram de lugar, eles agora foram para aquela via oculta, consigo olhar o outro e com lágrimas nos olhos de tamanhos risos posso brincar e dançar, abraçar e sentir. Posso voltar ao mundo mágico da infância, onde a mente não possui algemas e nem grades, podia voar junto aos pássaros a deslizar sobre a brisa, enquanto o cabelo é modelado pelo vento, trazendo os sentimentos dos sonhos que se renascem, como a flor que traz sua beleza e perfume revelando o fruto. 

Quem sabe o mundo verdadeiro vem à tona, o mundo da imaginação, e possa povoar as mentes, criando novas individualidades coletivas, rompendo o lacre das conveniências e dos sonhos furtados, quem sabe o céu deixe de ser apenas azul e possamos notar as mais diversas cores que povoam o nosso redor.

Quem sabe tenhamos coragem de expor o peito aos sentimentos e a vida à alegria.

Quem sabe, quem sabe...
                                                                                             Daniel Lamounier

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